terça-feira, 24 de outubro de 2017

Leandra Leal traz cinema e teatro ao aniversário de Manaus

A atriz Leandra Leal (de preto à direita) participa das comemorações de 348 anos de Manaus (Fotos: Chris Reis).

Por Chris Reis, especial para o ATUAL.


MANAUS – A atriz Leandra Leal, que está em Manaus para apresentação do espetáculo “Rival Rebolado”, em comemoração ao aniversário de 348 anos de Manaus, participou de entrevista coletiva, nesta segunda-feira, 23, e falou sobre o espetáculo e o documentário “Divinas Divas”, que inaugurou o “Cine Casarão”, cinema que entra em atividade no Centro da cidade. Os eventos fazem parte da programação da prefeitura de Manaus, organizados pela Manauscult para homenagear a cidade. O espetáculo, que tem como foco a diversidade, um dos temas mais discutidos atualmente, será apresentado pela primeira vez fora do Teatro Rival, o teatro privado mais antigo do Brasil. “É a primeira vez que apresentamos Rival Rebolado fora do Rival. Isso tudo está sendo novo para gente, mas ao mesmo tempo, uma experiência enriquecedora. Fico feliz por esse evento ser aliado com tudo que a gente pensa”, aærmou Leandra, que também assina a direção do espetáculo. O espetáculo, que está em sua terceira temporada, é idealizado além da atriz, por Alê Youssef e Luís Lobianco. Nesta segunda, 23, e terça-feira, 24, o Les Artistes Café Teatro recebe o espetáculo teatral Rival Rebolado. Serão quatro sessões gratuitas na segunda, às 19h e 23h, e na terça, às 17h e 21h. O Café Teatro está localizado na Avenida 7 de Setembro, 377, Centro.

Divinas Divas

“Divinas Divas” será exibido no Cine Casarão na sexta-feira (20h30) e sábado (18h30). O documentário mostra a primeira geração de artistas travestis do país: Rogéria, Valéria, Jane Di Castro, Camille K, Fujica de Holliday, Eloína, Marquesa e Brigitte de Búzios. A atriz enfatizou que é muito difícil lançar um filme, especialmente um documentário sobre um tema cercado de tabu e preconceito, apesar da relevância histórica e artística das personagens. Leandra também destacou que inaugurar uma sala de arte é muito importante, pois para furar o espaço dos blockbusters acontece por existir salas assim. “Que Manaus receba bem este espaço, permitindo a sustentabilidade da sala. Não basta só postar, divulgar, tem que vir”, disse. “Divinas Divas” é mostrado sob a visão de Leandra, que cresceu nas coxias do Teatro Rival, que era de seu avô Américo Leal e depois da mãe Ângela Leal. Segundo ela, o documentário é um ælme de fã, sendo muito difícil ver o documentário após a morte de Rogéria. “Tive contato muito intenso com a Rogéria desde sempre. Para mim, foi uma perda muito grande. Eu não consegui ver o ælme depois que ela morreu”, aærmou. Sobre a relação das duas obras, com o atual período de intolerância com a cultura, Leandra disse que quando começou a produzir, o debate sobre identidade de gênero não estava na “moda”. Para a atriz, o Brasil está num momento delicado e considera que a visão (fechada) é de uma minoria. “Realmente acho que não é a maioria que está na cruzada contra a liberdade artística, mas vou continuar lutando contra isso da maneira que sei fazer, que é fazendo arte: atuando e produzindo. Hoje acho que a sociedade encaretou”, salientou.


Cine Casarão

O Cine Casarão, na avenida Barroso, está sob o comando do produtor cultural João Fernandes. “O último cinema do Centro foi fechado há quinze anos, justamente quando cheguei a cidade. Esse é um presente à Manaus”, disse Fernandes. As sessões serão abertas ao público a partir desta quarta-feira, 25, e terá em cartaz produções brasileiras e alternativas. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

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